16 outubro, 2008

Centro de Investigação da Fundação Champalimaud

Simbolicamente, um pequeno robot, colocou a primeira pedra do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud, numa cerimónia, na qual marcou presença o Primeiro-Ministro Português José Sócrates. A intenção deste centro é criar as oportunidades para os investigadores poderem chegar a novas descobertas que permitam melhorar o tratamento de doenças, e também desenvolver a investigação biomédica em Portugal.
RMJM Hillier são o atelier de projectistas responsáveis pelo design dos laboratórios e clínicas, sendo Charles Correa o projectista coordenador, e a firma Consiste, responsável pela promoção.
O Centro de Investigação da Fundação Champalimaud será o primeiro grande empreendimento a ser lançado dentro de uma estratégia que engloba o rejuvenescimento da zona de Belém. Estima-se que a data de inauguração seja em Outubro de 2010.
Aqui ficam algumas informações mais detalhadas sobre o projecto e o seu programa.





"O Centro de Investigação Champalimaud, materializa o objectivo da Fundação Champalimaud de construir um centro de investigação científica multidisciplinar translacional de referência no campo da biomedicina, que garanta as condições ideais para que investigadores e académicos nacionais e estrangeiros desenvolvam projectos de excelência com aplicação clínica (prevenção, diagnóstico e tratamento), nas áreas das neurociências e da oncologia. O Centro disporá das melhores condições e das mais modernas tecnologias para investigação biomédica, bem como das infra-estruturas necessárias ao ensino pós-graduado e a programas de mestrado e de doutoramento no campo da biomedicina.
O Centro Champalimaud ficará implantado num terreno de 60.000m2 na zona ribeirinha de Pedrouços. É um local privilegiado, perto da Torre de Belém, e onde o rio se encontra com o Oceano Atlântico e de onde os navegadores portugueses partiram há cinco séculos em busca do ‘desconhecido’. A presença de um centro de investigação científica de excelência e de reputação internacional alavanca o legado histórico desta zona e estabelece uma ponte inspiradora entre as “Descobertas” e a sempre actual epopeia das descobertas científicas.
O Centro Champalimaud promove a relação da cidade com o oceano e com o ‘desconhecido’ abrindo ao público amplas zonas ajardinadas de circulação pedonal através do empreendimento e ao longo do rio.
O projecto desenvolvido pelo Arquitecto Charles Correa para o Centro Champalimaud acolhe, desenvolve e potencia os objectivos de excelência científica e de celebração das “Descobertas”, ao mesmo tempo que devolve o rio à cidade e o torna acessível através de zonas públicas de grande beleza.
O Centro Champalimaud inclui 3 edifícios dispostos de forma a promover o acesso franco ao rio:
- Edifício A, que contém nos pisos inferiores as áreas de diagnóstico e de tratamento, e nos pisos superiores os laboratórios de investigação básica e os serviços administrativos.
- Edifício B, que inclui um Auditório, uma Área de Exibições e uma Área de Restauração no piso de entrada. No piso superior estão os escritórios da Fundação, que comunicam com os serviços administrativos da Edifício A através de uma elegante ponte de vidro.
- Edifício C é um anfiteatro ao ar livre com vista para o rio.
Os edifícios estão dispostos de forma a criar uma via pedonal de 125 metros que atravessa diagonalmente o terreno (no sentido nascente-poente) em direcção ao mar e, simbolicamente, do ‘desconhecido’. Este caminho tem uma suave rampa ascendente em direcção ao rio (1:30) de tal maneira que na sua subida se vê unicamente o céu. No final da rampa encontram-se duas grandes esculturas monolíticas de pedra bruta. Ao ser atingido o ponto mais alto, ver-se-á uma grande massa de água que, aparentemente sem qualquer tipo de corte visual, liga com o oceano.
No centro desta massa de água emerge um objecto oval de aço inoxidável, ligeiramente convexo, que reflecte o céu azul e o movimento das nuvens; pode representar um conjunto diverso de coisas, desde a carapaça de uma tartaruga, a uma ilha tropical ou mesmo um tesouro, elementos que fazem parte da aventura mítica que inspirou os descobrimentos.
Nas plantas do projecto é possível ver como é que as diferentes áreas estão distribuídas nas três unidades do Centro Champalimaud.
Edifício A
No coração da Edifício A está o bloco central, com os centros de diagnóstico e de tratamento nos pisos inferiores e com os laboratórios nos pisos superiores. Entra-se no edifício através de um lobby de duplo pé direito que dá para um jardim tropical coberto por uma pérgola que faz a ligação à natureza e, simbolicamente, à vida. Mais adiante no piso da entrada encontram-se as zonas de exames, ligadas ao apoio clínico e ao centro de bem-estar. A partir do lobby há acesso directo a uma área localizada no piso inferior onde os utentes podem deixar os seus filhos pequenos enquanto estão no Centro. O jardim tropical coberto por uma pérgola é a peça central do edifício, ficando a uma cota de –4,5 metros, ou seja no piso inferior ao da entrada. Neste piso estão o centro de diagnóstico e o centro de tratamento, sendo que este se abre para um outro jardim mais calmo e reservado, na extremidade oeste. Também estão neste piso o biotério e uma área técnica, cada uma servida por uma zona de descarga, acessível pela via de serviço a norte do edifício. No primeiro piso, estão localizados os laboratórios de investigação, distribuídos à volta do jardim tropical, os laboratórios de apoio e os gabinetes dos investigadores, estes com vista para a Marina e para o Oceano, a oeste. Estes espaços culminam numa biblioteca de dois pisos localizada numa posição fulcral na intersecção das duas alas, o que a torna num local de encontro de cientistas e de utentes. A sudoeste encontra-se um espaço de reserva para expansão consoante as necessidades futuras. Para nordeste estão a Cafetaria o Ginásio, com vista para o Oceano, a oeste. O segundo piso é o último piso de laboratórios, com aberturas francas para o piso inferior que ligam os dois níveis, de modo a incentivar e facilitar a interacção entre os profissionais, que é essencial na investigação científica. Na ala nordeste deste segundo piso encontram-se os serviços administrativos que comunicam através de uma ponte de vidro com os escritórios da Fundação da Edifício B. Na cobertura encontram-se as áreas técnicas e outras áreas de serviços.

Edifício B
No piso de entrada há uma área de exibições, que contém informação interactiva muito high tech para comunicar os objectivos inovadores da Fundação Champalimaud e para ilustrar os acontecimentos épicos que ocorreram exactamente neste local há 500 anos. Também estão localizados neste piso o Auditório e uma área de Restauração, com entradas próprias de forma a poderem ser utilizados separadamente ou em conjunto. A área de restauração surpreende-nos com um generoso terraço a sul, com vista para o passeio à beira rio. Os escritórios da Fundação estão no piso superior, abrindo-se para bonitos terraços com árvores plantadas em terra.

Edifício C
Trata-se do anfiteatro que completa a composição arquitectónica. Será utilizado para programas musicais e palestras: um espaço maravilhoso para estas actividades, com a água do rio como pano de fundo dos músicos e dos oradores."

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