20 dezembro, 2010
30 novembro, 2010
29 novembro, 2010
12 novembro, 2010
City of Darkness
"1966 saw the Cultural Revolution in China and the Communist flag was briefly raised in the city. Official attempts to remove it were met with more rioting. British policy came to regard the Walled City as something of a hornets nest — best not to be kicked unless absolutely necessary. In the meantime, the Kowloon Walled City continued to develop and regenerate within itself. Buildings twelve stories high sprouted up without any adherence to planning law. Businesses blossomed — without the slightest concessions to legislation or taxation. Every nook and cranny within its tiny acreage was expanded out, and crammed into, until its intricate labyrinth of thoroughfares and pathways received not a ray of sunlight, even at high noon. The health authorities kept away. So the City just developed its own legion of ad-hock clinics and dental surgeons. In the absence of telephone and utilities companies, the City’s inhabitants just by-wired their own electricity and connections. The same nick-it-yourself approach applied to plumbing and water. As a result, a tangled network of pipes and wiring dripped and hissed above the city’s dark, dank walkways. Cheap amenities for the residents, and, considering the extremely limited access, either in or out of the compound — a potentially catastrophic fire-hazard.
For years, the Kowloon Walled City became a no go area. In the control of Triads and drug dealers, with an estimated population in excess of 30,000. Many residents were illegal immigrants; exempt from extradition, encased within its walls. A lone European venturing into its midst would most probably never be seen again, no Chinese went in without appropriate reason. Only after Margaret Thatcher had signed away Hong Kong’s sovereignty did its future landlords, the communist Chinese, have the ability to finally evacuate the Walled City’s stubborn population between 1988-92 and then destroy its derelict, decrepit, rat infested shell. It was only in these final years of gradual abandonment that a few journalists, photographers and investigators were able to wander unchallenged, around the Walled City’s uncharted labyrinths and give embellished accounts. Two of them were photographers: Greg Girard and Ian Lambot, who spent four years exploring the City. The vast collection of photographs they amassed during this time can be seen in their book City of Darkness: Life in Kowloon Walled City."
16 outubro, 2010
FAVELA RAISES! The new economic power.
MARKET
„The market produces non-specific, clone buildings, that are empty of any substance and disconnected from the place. I believe this is a terrible menace to its structure.“ Peter Smithson
„The market produces non-specific, clone buildings, that are empty of any substance and disconnected from the place. I believe this is a terrible menace to its structure.“ Peter Smithson
The “Favela Rio das Pedras” is located in one of the most predominant areas of development of Rio de Janeiro, Brazil. In the upper East area of Barra da Tijuca, a upper/middle class residential area, this 40.000 inhabitants community has a very lively economic life, resulting of their inner informal commercial growth, as well the need for manpower that the formal city requires, resulting as a fact in the enhance of the quality life of this so called “favelados”.
A huge challenge is presenting itself to this community that true the years have fought to keep their identity and social and economic independence. The major events that had put Brazil in the World agenda – the 2014 FIFA World Cup and the 2016 Olympic Games – will intensify the real estate speculation in this area, resulting in a strong pressure to overtake the “Favela Rio das Pedras” and transform it in some private “condominio”. How can these communities survive? Well, we believe that’s only possible trough economic power. Only enhancing the informality of the small scale business operating inside favelas, together with strategies to create labels and tourism attraction the favelas can gain their independence and became part of the formal city and not just dependent of it.
15 outubro, 2010
14 setembro, 2010
Im Birch School
"Peter Märkli demonstra que “grande” não significa necessariamente “anónimo” mas pode também significar “denso”. Com um comprimento de 250 metros, esta escola em Zurique é completamente gigantesca. Mesmo assim, cabe na escala da zona industrial existente e podemos contemplar o seu conjunto num todo. Dois volumes de 4 pisos, desalinhados ligeiramente, enfrentam-se. O terceiro volume é dedicado ao gináso, um dos mais grandes na cidade. Apesar do rectidão das linhas e da severidade, nunca há um sentimento de monumentalidade. Isto deve-se á escala dos volumes do edifício, porque Märkli é um mestre da proporção; a textura vertical do betão articula-se com todas as façhadas, e a tira mais alta dos edificios, dando forma à borda do telhado, recua ligeiramente. Isto impede que os cantos do edifício apareçam fora de conjunto. Märkli aplica este conhecimento completamente naturalmente, mesmo que não seja familiar nos dias de hoje. As mudanças de imagem espacial e material que distinguem o seu trabalho continuam no entanto a ser identificadas como uma incapacidade no domínio da linguagem arquitectónica."
in MIMOA
Localização: Margrit Rainer Strasse 5 Oerlikon, Zürich, Switzerland
MFO Park
A reutilização de espaços obsoletos consiste num dos maiores desafios que a nossa classe enfrenta diariamente. As cidades, e o seu modelo de crescimento, são ávidas na criação de zonas urbanas, edifícios singulares obsoletos, que devido à velocidade da mudança de gosto e paradigmas levam a que as novas tendências ocupem o espaço de destaque que antes lhes pertenciam... a tendência precedente. Estes locais, que são deixados para trás na memória de quem neles viveu, são esquecidos por aqueles cujo interesse passa pela mestria em vender imagens de modernidade e sofisticação - o chamado brand-new! Apesar disso, são esses espaços remetidos ao abandono urbano que acarretam a maior das qualidades, a absorção das diferentes vivências que os seus utilizadores proporcionaram, são espaços que contam histórias, que nos fazem lembrar de onde viemos, quem somos e nos abrigam para podermos sonhar, porque acarretam nas suas paredes, nas suas cores, nos seus materiais o conforto humano que somente existe num espaço que já foi habitado. Definirei essa característica como um zeitgeist vivencial.
Pois bem, o projecto em causa demonstra claramente como uma estratégia simples poderá devolver um espaço perdido ao mapa de uma cidade.
Este projecto possui duas qualidades, uma já referida, o facto de ter reaproveitado uma estrutura edificada existente, neste caso concreto uma antiga unidade fabril, e a outra característica importante, foi tê-lo feito através de uma estratégia de baixo custo, mínimo impacto, assente numa ideia social tirando partido da força transformadora da Natureza. No fundo o autor do projecto procurou fazer o contrário do conceito de humanização da paisagem, procurou naturalizá-la. Esta estrutura per si existente, decadente, sem qualquer uso específico e demasiado agressiva ao contacto e vivência humana, transformou-se num Jardim de Éden, um local de encontro, de descanso, de introspecção, de contemplação...
A arquitectura nos últimos séculos acentuou uma tendência que privilegia a tecnologia e a matéria fabril na criação de ambientes, de espaços, na busca de materiais que transmitam prazer e sensações. Têm-no feito através de diversificados tipos de revestimentos, com diferentes texturas e opacidades, com os mais sofisticados sistemas de iluminação com diferentes colorações e intensidades. No entanto tudo isto deixa de fazer sentido quando nos apercebemos como é revigorante sentarmo-nos num banco de jardim e deixarmo-nos envolver pelas cores, cheiros e sons que a natureza nos oferece.
Este é o dom que este espaço me ofereceu.
Projecto: MFO Park
Autor(es): Burckhardt+Partner / Raderschall Landschaftsarchitekten
Ano conclusão: 2002
Localização: Oerlikon, Zürich, Switzerland
GIGON / GUYER - Complexo Habitacional
Este conjunto residencial, composto por dois blocos de apartamentos para 72 agregados familiares com crianças, encontra-se integrado numa estrutura mais ampla que contempla uma zona de lazer exterior (zona verde e equipamentos de recreio, e infra-estruturas de apoio: creche, sala de convívio, e outras) e demonstra claramente como os projectos de arquitectura residenciais devem ser equacionados sempre perante uma lógica de integração social, pois a correcta definição do seu programa, que deverá ser mais abrangente do que meramente desenhar habitações, resultará numa apropriação natural do espaço público e privado por parte dos moradores sempre de um modo integrado e respeitando os limites da privacidade pessoal.
Este tipo de estratégia permite criar um espaço residencial completo no qual a noção de comunidade prevalece.
Outra característica que destaco neste projecto é claro a mais aparente, não deixando de ser no entanto, a que a distingue das restantes, a sua palete cromática exterior. O tema da cor têm vindo a ser uma preocupação cada vez mais presente no meu trabalho diário, e este projecto é sem dúvida um pretexto para lançar a discussão.
O cuidado estudo cromático de um edifício irá acrescentar uma mais valia que do aspecto vivencial, sensitivo e de integração com a envolvente irá valorizar o espaço de habitar criado. Ao demais, quando juntamos diversidade cromática, caso deste projecto, o ambiente criado deixa transparecer vida, alegria, satisfação, percepções que deveriam ser a ambição final de qualquer projecto destinado a receber a intimidade das pessoas. Por isso, exalto o resultado final conseguido. A estratégia usada foi simples e eficaz, painéis de vidro coloridos, num degradê suave de tons opacos e transparentes, criando ambientes distintos nos terraços e nas varandas dos diferentes apartamentos. Além disso, no seu interior, a pintura de alguns planos nas zonas comuns, ajudam a criar identidade e despertam a criatividade dos moradores.
Deixo ao vosso cuidado uma reflexão sobre isto...será realmente o branco a imperatriz de todas as cores, que subjuga ao seu domínio todas as restantes, ou podermos nós arquitectos, dotados da sensibilidade necessária para a sua cuidada aplicação, fazer um juízo capaz de forma a integrá-las em sintonia de forma a criarmos espaços que não sejam monótonos? Não esquecer que por vezes, num país onde o clima quente e solarengo faz com que muitas das edificações sejam verdadeiras candeias de luz acesas durante o dia, agredindo de forma violenta os olhares mais distraídos, devíamos começar a interpretar os sinais que deixam entender que a integração cromática com a envolvente é característica fundamental para a criação de um espaço urbano de qualidade.
Este tipo de estratégia permite criar um espaço residencial completo no qual a noção de comunidade prevalece.
Outra característica que destaco neste projecto é claro a mais aparente, não deixando de ser no entanto, a que a distingue das restantes, a sua palete cromática exterior. O tema da cor têm vindo a ser uma preocupação cada vez mais presente no meu trabalho diário, e este projecto é sem dúvida um pretexto para lançar a discussão.
O cuidado estudo cromático de um edifício irá acrescentar uma mais valia que do aspecto vivencial, sensitivo e de integração com a envolvente irá valorizar o espaço de habitar criado. Ao demais, quando juntamos diversidade cromática, caso deste projecto, o ambiente criado deixa transparecer vida, alegria, satisfação, percepções que deveriam ser a ambição final de qualquer projecto destinado a receber a intimidade das pessoas. Por isso, exalto o resultado final conseguido. A estratégia usada foi simples e eficaz, painéis de vidro coloridos, num degradê suave de tons opacos e transparentes, criando ambientes distintos nos terraços e nas varandas dos diferentes apartamentos. Além disso, no seu interior, a pintura de alguns planos nas zonas comuns, ajudam a criar identidade e despertam a criatividade dos moradores.
Deixo ao vosso cuidado uma reflexão sobre isto...será realmente o branco a imperatriz de todas as cores, que subjuga ao seu domínio todas as restantes, ou podermos nós arquitectos, dotados da sensibilidade necessária para a sua cuidada aplicação, fazer um juízo capaz de forma a integrá-las em sintonia de forma a criarmos espaços que não sejam monótonos? Não esquecer que por vezes, num país onde o clima quente e solarengo faz com que muitas das edificações sejam verdadeiras candeias de luz acesas durante o dia, agredindo de forma violenta os olhares mais distraídos, devíamos começar a interpretar os sinais que deixam entender que a integração cromática com a envolvente é característica fundamental para a criação de um espaço urbano de qualidade.
Autor(es): Annette Gigon / Mike Guyer Architekten
Ano conclusão: 2007
Localização: Brunnenhof em Zürich
Two lightly bent, elongated volumes of different heights restructure Buchegg Park. The six-storey building on Hofwiesenstrasse is oriented towards the park as well as to the street. It borders off the park from the street and protects it from the street noise. The four to five-storey building on Brunnenhofstrasse is surrounded by green on both sides, making it a 'house within the park' and it corresponds to the height development of the neighbouring buildings.
Both buildings are conceived as 'stacks' of horizontal plates that cantilever to different degrees. Facing the park they form generous balconies and towards the street they provide stairways with loggias.
For the noise-polluted building on Hofwiesenstrasse access to the apartments is via longitudinally arranged stairways and loggias that adjoin to the eat-in kitchens and serve as protected exterior spaces oriented towards the evening sun. All bedrooms are organised towards the quiet park side. The living rooms are oriented towards both the east and the west, and towards the park side they lead onto a deep balcony.
Within the Brunnenhofstrasse building the living rooms are positioned along the façade and are oriented towards the park to the south and southeast via the balcony area. In the four-storey, purely north or south oriented part of the building the eat-in kitchen is connected to the living room on the south side. In the averted parts of the building the eat-in kitchens are directed towards the evening sun and provide the apartment with a two-sided orientation.
A circuit-like layout lends all apartment types spatial generosity, freedom of movement and enhanced flexibility of use. The latter is further enhanced within the ground floor apartments by means of anterooms between apartments that can be shared by residents and each with their own access. The entrance lobbies on the ground floor are connecting rooms that link to the park and are where pushchairs, scooters, children's bikes and toys can be stored. The illuminated laundry rooms and drying rooms are located in the basement directly next to the stairs.
The double kindergarten and nursery are housed at the top ends of both buildings at the pathway to the park. The recreation room takes the most prominent position at the corner of the street and the pathway. Both residential buildings are accessed from the street via forecourts. A continuous hedgerow along the street creates a green zone that provides the necessary privacy for the lightly elevated ground floor apartments.
The park-facing apartments are staggered by half a storey to allow the incorporation of recreational and play areas as well as seedling nurseries between the park and the building. Hedges connecting to the extended building approaches form the border between these zones and the park.
The facades are formed by the protracting balconies and the concrete bands that wrap horizontally around the building. Between them storey-height windows and alternately coloured glass panels form together with sliding anti-sun and screening glass panels an interplay of reflecting and matt, translucent and transparent coloured surfaces. The colour concept was developed together with the artist Adrian Schiess. Facing the street the glazing is dark blue and violet while facing the park the colour tones progress over large spaces from blue tones to green and then red. The impression of the fluent, changing play of colours is enhanced by the varying positions of the sliding elements - ultimately the residents amend and create new colour compositions every day, even every hour.
information from Gigon/Guyer Architekten
Re-Learn
A vida é repleta de mudanças, e este blog tal como a minha vida, refletem o modo como a arquitectura afecta a minha percepção da realidade. Neste nova fase do arkG - blog a arquitectura helvética vai ser o ponto de partida para mais projectos e abordagens urbanas e sociais ao tema do habitar. Continuar a re-aprender com novos exemplos e novas metodologias de forma a sermos mais capazes de dominar as ferramentas de projecto.
Espero que continuem esta nova jornada ao meu lado, como até agora.
Boas leituras e bons projectos.
28 fevereiro, 2010
EUROPAN 10
Bom dia caros colegas e amigos!
Como alguns de vós devem saber, devido às minhas tentativas para vos convencer a participar, ontem teve lugar na O.A. a apresentação dos trabalhos vencedores do EUROPAN 10 nos locais do Entroncamento e Cascais.
Antes de vos relatar a minha opinião geral sobre os trabalhos, gostava de realçar a dificuldade que os portugueses têm em comunicar em público e falar sobre arquitectura de uma forma estruturada, simples e cativante…temos muito a evoluir nessa área se queremos fazer passar a nossa mensagem junto as massas e dos prováveis “clientes”. È obvia que esta minha opinião revelou-se imediatamente pois tinha ainda fresca na minha memória a conferência de Bjarke Ingels (BIG) no TED Talks (aconselho vivamente que quando tiverem um bocadinho façam uma busca no youtube e percam 15 minutinhos do vosso tempo).
De resto as apresentações foram normais.
A equipa de Elisa Pegorin e Pedro Dias com o projecto de “Cidade Arável” apresentaram uma proposta onde procuram conciliar as ambições oníricas do Homem Urbano que procura viver no campo mas que possa ir às compras ao DolceVita. A Estratégia assenta numa ocupação do solo de baixa densidade, onde grande parte do seu uso está destinado ao conceito de Hortas Urbanas, criando assim um parque temático, com zonas de pomar, relvado, hortas, cultivo de flores. A proximidade do novo Hospital de Cascais assume-se através da colocação de blocos habitacionais em forma de U com logradouro virado para o interior da proposta, optimizando as vistas para o núcleo hortícola enquanto faz uma barreira de protecção e estabelece um paralelismo volumétrico urbano com os blocos de 4 pisos. A nova linha proposta do metro de superfície da região de Cascais é o eixo principal no qual assentam as infra-estruturas da proposta, introduzindo novos usos como o pedonal e o cicloviário.
Aparentemente a estratégia está bem consolidada e reflecte-se num desenho urbano capaz e bastante coerente e pragmático, embora sem grandes tentativas de inovação ou introdução de novos conceitos. No entanto, chamo atenção para como é que um plano destes pode sobreviver à pressão imobiliária dos terrenos afectos ao concelho em questão, onde a procura e o crescimento habitacional são assinaláveis, e até que ponto a introdução de hortas urbanas faz sentido num território que quando olhamos em redor é marcadamente rural, com baixa densidade, ou seja, estamos somente a dar mais do mesmo a estas pessoas. Se a proposta estivesse relacionada com algo mais do que a tentativa de tirar proveito do sentimento nostálgico que o português tem do uso e cultivo da terra, penso que seria uma proposta bem mais sustentável. È obvio que temos que procurar resolver os problemas um de cada vez, mas será esta a resposta mais assertiva às necessidades urbanas e de sistemas socioeconómicos do povoado da Aldeia do Cabreiro?
Em relação à equipe de futebol vencedora no local do Entroncamento (digo isto porque eram 10 elementos, entre os quais 4 arquitectos, 4 paisagistas e 2 modeladores de 3D) confesso que a apresentação prometeu muito no inicio… mas depois tudo se desmoronou num projecto com falta de integração e estrutura com o restante aglomerado do Entroncamento, onde o desenho urbano ficou carente pois o ênfase foi remetido para um conjunto de boas intenções programáticas e de financiamento da proposta.
O conceito geral do projecto estabeleceu-se em torno da ideia de fazer do entroncamento uma cidade criativa, a qual poderia ter uma série de relações com cidades de média escala ao seu redor, Tomar, Ourém, Fátima, Torres Vedras, Caldas da Rainha. Após isso descobriram que existiam fundos comunitários que poderiam ser aplicados num programa de reabilitação e fosse estruturado sobre estes princípios da inovação.
A proposta urbana em si defendeu princípios de acupunctura urbana. Mantiveram todas as linhas de caminho-de-ferro existentes e os bairros operários. Criaram uma espaço verde na área mais estreita da zona de intervenção, paralela à rua Eng. Ferreira Mesquita, de uso público pontuado por moradias isoladas destinadas a ateliers criativos, habitação para jovens e pequenos espaços comerciais. No fim dessa faixa surge uma nova urbanidade destinada aos serviços cujo programa na apresentação pareceu inexistente, assim como respectiva volumetria e ambiente urbano pretendido. Esta remata por fim com o Bairro de Camões de Cottinelli Telmo onde sem dúvida com alguma astúcia alteram o seu uso para integrarem um Hotel, previsto no programa de concurso. A originalidade da ideia residiu em manter as moradias existentes, assim como a Escola, para ai fazerem um hotel que se estendesse em cada uma das diferentes casas, como que cada uma dela fosse uma suite (esta é a minha interpretação da ideia tendo em conta as informações projectadas na conferência, visto que o autor não abordou como funcionaria o hotel, somente indicou a sua localização. A restante área do plano ficou entregue a zonas de bosque, conservando as vias de circulação que já estavam indicadas em sede de PDM pela Câmara do Entroncamento.
Em relação às passagens previstas em programa-base, entre as duas zonas da cidade dividas pela estrutura da REFER, é mantida a passagem subterrânea projectada no projecto para o novo Museu Nacional dos Caminhos-de-Ferro de Carrilho da Graça, e reformulada a sul a passagem aérea viária através da adição de mais elementos programáticos, como zonas comerciais, pedonal, ciclável, transformando-se numa espécie de mega-estrutura com 3 níveis, assemelhando-se a uma barragem.
No fim, a grande valia desta proposta reside no facto de a intervenção ser restringida ao mínimo assente numa estratégia global bastante forte e coerentemente apresentada. No entanto, isso por si não chega para ser um projecto vencedor, principalmente porque quando tentamos estabelecer um paralelo entre as intenções que tanto prometem e o plano urbano, ficamos com a sensação de que foi pouco aprofundado. Além do mais, e não menos importante, as premissas programáticas referiam 60.000m e 40.000m, os quais revelo a minha dificuldade em encontrar no meio dos prados e bosques propostos. Já para não falar da Arquitectura do plano, onde as poucas imagens incipientes mostram volumetrias banais com vivências rotineiras dos espaços, e tipologias pouco aprofundas e desenhadas.
Tendo em conta o que foi apresentado seria de esperar mais de um projecto vencedor.
Ao que a nós diz respeito e às ilações que devemos tirar, penso que as nossas ideias eram fortes mas careceram no final de algo muito importante, uma base que as demonstrasse. Ou seja devíamos ter perdido mais tempo a estrutura-las e em produção de peças para apresentação com uma linguagem clara e que não deixasse margem para duvidas quais eram as nossas referencias para o plano proposto. Ao invés o nosso plano está entregue um pouco a livres interpretações pois n existe esta base inicial desenvolvida, como esteve presente nos dois projectos vencedores. Sinto que desenvolvemos demais a proposta a nível arquitectónico, perdendo tempo com detalhes de regulamentação e outros mais que nas propostas vencedoras claramente denotavam a sua ausência. Devíamos nos ter ficado com as intenções… e eram boas intenções. Por isso aqui fica um estímulo para um futuro mais risonho.
Um pequeno reparo: cada vez mais observo o uso da palavra sustentabilidade para classificar projectos, como disso resultasse um selo de qualidade inerente. È certo que a sustentabilidade é urgente e necessária, mas quando usamos a expressão para justificar projectos onde se põem uns esquemas com ciclos de água e refrigeração teóricos, com uns poucos painés solares e ventoinhas eólicas no landscape, leva-me a perguntar depois onde estão as preocupações com os materiais construtivos, com os incrementos de maquinaria que por si só tem um ciclo de vida reduzido e cujo aproveitamento após fim de ciclo é praticamente impossível, com as lógicas de poupança de energia através do própria formulação das tipologias tirando partindo da exposição solar… quando por vezes bastaria usar métodos ancestrais de aproveitamento das águas das chuvas através da reserva de áreas de terreno para escoamento das águas naturais dos terrenos em redor, quando o uso de fachadas que permitam a ventilação das habitações, quando a própria mudança de hábitos de consumo e de habitar levariam a uma verdadeira mudança de pradigma. Mas espero que o Rodrigo quando vier nos possa contaminar com o conhecimento avantgarde que está a receber de forma podermos ter um conhecimento mais real desta matéria de estudo da arquitectura.
Como alguns de vós devem saber, devido às minhas tentativas para vos convencer a participar, ontem teve lugar na O.A. a apresentação dos trabalhos vencedores do EUROPAN 10 nos locais do Entroncamento e Cascais.
Antes de vos relatar a minha opinião geral sobre os trabalhos, gostava de realçar a dificuldade que os portugueses têm em comunicar em público e falar sobre arquitectura de uma forma estruturada, simples e cativante…temos muito a evoluir nessa área se queremos fazer passar a nossa mensagem junto as massas e dos prováveis “clientes”. È obvia que esta minha opinião revelou-se imediatamente pois tinha ainda fresca na minha memória a conferência de Bjarke Ingels (BIG) no TED Talks (aconselho vivamente que quando tiverem um bocadinho façam uma busca no youtube e percam 15 minutinhos do vosso tempo).
De resto as apresentações foram normais.
A equipa de Elisa Pegorin e Pedro Dias com o projecto de “Cidade Arável” apresentaram uma proposta onde procuram conciliar as ambições oníricas do Homem Urbano que procura viver no campo mas que possa ir às compras ao DolceVita. A Estratégia assenta numa ocupação do solo de baixa densidade, onde grande parte do seu uso está destinado ao conceito de Hortas Urbanas, criando assim um parque temático, com zonas de pomar, relvado, hortas, cultivo de flores. A proximidade do novo Hospital de Cascais assume-se através da colocação de blocos habitacionais em forma de U com logradouro virado para o interior da proposta, optimizando as vistas para o núcleo hortícola enquanto faz uma barreira de protecção e estabelece um paralelismo volumétrico urbano com os blocos de 4 pisos. A nova linha proposta do metro de superfície da região de Cascais é o eixo principal no qual assentam as infra-estruturas da proposta, introduzindo novos usos como o pedonal e o cicloviário.
Aparentemente a estratégia está bem consolidada e reflecte-se num desenho urbano capaz e bastante coerente e pragmático, embora sem grandes tentativas de inovação ou introdução de novos conceitos. No entanto, chamo atenção para como é que um plano destes pode sobreviver à pressão imobiliária dos terrenos afectos ao concelho em questão, onde a procura e o crescimento habitacional são assinaláveis, e até que ponto a introdução de hortas urbanas faz sentido num território que quando olhamos em redor é marcadamente rural, com baixa densidade, ou seja, estamos somente a dar mais do mesmo a estas pessoas. Se a proposta estivesse relacionada com algo mais do que a tentativa de tirar proveito do sentimento nostálgico que o português tem do uso e cultivo da terra, penso que seria uma proposta bem mais sustentável. È obvio que temos que procurar resolver os problemas um de cada vez, mas será esta a resposta mais assertiva às necessidades urbanas e de sistemas socioeconómicos do povoado da Aldeia do Cabreiro?
Em relação à equipe de futebol vencedora no local do Entroncamento (digo isto porque eram 10 elementos, entre os quais 4 arquitectos, 4 paisagistas e 2 modeladores de 3D) confesso que a apresentação prometeu muito no inicio… mas depois tudo se desmoronou num projecto com falta de integração e estrutura com o restante aglomerado do Entroncamento, onde o desenho urbano ficou carente pois o ênfase foi remetido para um conjunto de boas intenções programáticas e de financiamento da proposta.
O conceito geral do projecto estabeleceu-se em torno da ideia de fazer do entroncamento uma cidade criativa, a qual poderia ter uma série de relações com cidades de média escala ao seu redor, Tomar, Ourém, Fátima, Torres Vedras, Caldas da Rainha. Após isso descobriram que existiam fundos comunitários que poderiam ser aplicados num programa de reabilitação e fosse estruturado sobre estes princípios da inovação.
A proposta urbana em si defendeu princípios de acupunctura urbana. Mantiveram todas as linhas de caminho-de-ferro existentes e os bairros operários. Criaram uma espaço verde na área mais estreita da zona de intervenção, paralela à rua Eng. Ferreira Mesquita, de uso público pontuado por moradias isoladas destinadas a ateliers criativos, habitação para jovens e pequenos espaços comerciais. No fim dessa faixa surge uma nova urbanidade destinada aos serviços cujo programa na apresentação pareceu inexistente, assim como respectiva volumetria e ambiente urbano pretendido. Esta remata por fim com o Bairro de Camões de Cottinelli Telmo onde sem dúvida com alguma astúcia alteram o seu uso para integrarem um Hotel, previsto no programa de concurso. A originalidade da ideia residiu em manter as moradias existentes, assim como a Escola, para ai fazerem um hotel que se estendesse em cada uma das diferentes casas, como que cada uma dela fosse uma suite (esta é a minha interpretação da ideia tendo em conta as informações projectadas na conferência, visto que o autor não abordou como funcionaria o hotel, somente indicou a sua localização. A restante área do plano ficou entregue a zonas de bosque, conservando as vias de circulação que já estavam indicadas em sede de PDM pela Câmara do Entroncamento.
Em relação às passagens previstas em programa-base, entre as duas zonas da cidade dividas pela estrutura da REFER, é mantida a passagem subterrânea projectada no projecto para o novo Museu Nacional dos Caminhos-de-Ferro de Carrilho da Graça, e reformulada a sul a passagem aérea viária através da adição de mais elementos programáticos, como zonas comerciais, pedonal, ciclável, transformando-se numa espécie de mega-estrutura com 3 níveis, assemelhando-se a uma barragem.
No fim, a grande valia desta proposta reside no facto de a intervenção ser restringida ao mínimo assente numa estratégia global bastante forte e coerentemente apresentada. No entanto, isso por si não chega para ser um projecto vencedor, principalmente porque quando tentamos estabelecer um paralelo entre as intenções que tanto prometem e o plano urbano, ficamos com a sensação de que foi pouco aprofundado. Além do mais, e não menos importante, as premissas programáticas referiam 60.000m e 40.000m, os quais revelo a minha dificuldade em encontrar no meio dos prados e bosques propostos. Já para não falar da Arquitectura do plano, onde as poucas imagens incipientes mostram volumetrias banais com vivências rotineiras dos espaços, e tipologias pouco aprofundas e desenhadas.
Tendo em conta o que foi apresentado seria de esperar mais de um projecto vencedor.
Ao que a nós diz respeito e às ilações que devemos tirar, penso que as nossas ideias eram fortes mas careceram no final de algo muito importante, uma base que as demonstrasse. Ou seja devíamos ter perdido mais tempo a estrutura-las e em produção de peças para apresentação com uma linguagem clara e que não deixasse margem para duvidas quais eram as nossas referencias para o plano proposto. Ao invés o nosso plano está entregue um pouco a livres interpretações pois n existe esta base inicial desenvolvida, como esteve presente nos dois projectos vencedores. Sinto que desenvolvemos demais a proposta a nível arquitectónico, perdendo tempo com detalhes de regulamentação e outros mais que nas propostas vencedoras claramente denotavam a sua ausência. Devíamos nos ter ficado com as intenções… e eram boas intenções. Por isso aqui fica um estímulo para um futuro mais risonho.
Um pequeno reparo: cada vez mais observo o uso da palavra sustentabilidade para classificar projectos, como disso resultasse um selo de qualidade inerente. È certo que a sustentabilidade é urgente e necessária, mas quando usamos a expressão para justificar projectos onde se põem uns esquemas com ciclos de água e refrigeração teóricos, com uns poucos painés solares e ventoinhas eólicas no landscape, leva-me a perguntar depois onde estão as preocupações com os materiais construtivos, com os incrementos de maquinaria que por si só tem um ciclo de vida reduzido e cujo aproveitamento após fim de ciclo é praticamente impossível, com as lógicas de poupança de energia através do própria formulação das tipologias tirando partindo da exposição solar… quando por vezes bastaria usar métodos ancestrais de aproveitamento das águas das chuvas através da reserva de áreas de terreno para escoamento das águas naturais dos terrenos em redor, quando o uso de fachadas que permitam a ventilação das habitações, quando a própria mudança de hábitos de consumo e de habitar levariam a uma verdadeira mudança de pradigma. Mas espero que o Rodrigo quando vier nos possa contaminar com o conhecimento avantgarde que está a receber de forma podermos ter um conhecimento mais real desta matéria de estudo da arquitectura.
11 janeiro, 2010
SLEEP BOX
Trata-se, como o nome indica, de uma pequena caixa de 2m x 1,40m x 2,30m para dormir com conforto e segurança. Oferece momentos de sono tranquilo e descanso numa cidade, sem perda de tempo à procura de um hotel. Foi idealizada para estar presente em estações de comboio, aeroportos, locais públicos centrais, entre outros locais onde possa haver aglomerações de pessoas exaustas. Em países com um clima temperado a Sleepbox poderá ser utilizada também nas ruas.
Graças à Sleepbox qualquer pessoa tem a oportunidade de passar a noite em segurança e de forma barata, em caso de emergência. O espaço móvel inclui uma cama e está equipado com um sistema de mudança automática de lençóis, sistema de ventilação, alerta sonoro, televisão LCD incorporada, WiFi, plataforma para um computador portátil e phones recarregáveis. Debaixo do chão há ainda um espaço para as malas. O pagamento poderá ser feito em terminais partilhados, que dariam ao cliente uma chave electrónica, sendo possível comprar 15 minutos ou várias horas.
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