O responsável pelo meu entusiasmo é o estúdio de Arquitectura Japonês Sou Fujimoto Architects. Para terminar só queria deixar esta ressalva, é impressionante como um país como o Japão, cuja arquitectura contemporânea é fruto, claramente da influencia ocidental, consegue assimilar, adaptar, e ir mais além no modo de pensar Arquitectura, mantendo-se fiel à verdadeira essência do espaço sem comprometer com cedências, criando verdadeiras peças de Arte Habitáveis!
As imagens falam por si!
"Uma casa para dois mais um cão. A casa em si é composta por três layers que progressivamente se vão reduzindo no interior uma das outras. A layer exterior cobre todo o perímetro da área habitável, criando assim um espaço exterior, com um carácter semi-privado e semi-coberto. A segunda layer encerra um espaço dentro da área exterior. E a última zona cria um espaço interior mais reduzido. È dentro desta gradação de espaços que os residentes estruturam o seu habitat.
Sempre tive as minhas reservas em relação à separação entre casas e ruas ser feita somente por uma simples parede. Porque não uma gradação de espaços, acompanhada com diferentes noções de distancia entre ruas e casas? Poderíamos ter um espaço dentro da casa com uma forte relação de proximidade com o exterior, um espaço mais reservado do exterior, e outro espaço completamente privado, quase sem qualquer relação com a área pública.
È por esta razão, a completa ausência de uma barreira sólida entre a realidade pública, e a realidade privada, que viver nesta casa se assemelha a viver num espaço etéreo. Não existe uma fronteira clara, somente diferentes noções de espaço. Poderemos afirmar que o ideal de Arquitectura seria um espaço exterior que transmitisse uma sensação de interior, e um espaço interior que tivesse também as qualidades de uma área exterior. Numa estrutura em camadas, o interior é invariavelmente o exterior e vice-versa. A minha intenção era desenvolver um projecto cuja ênfase não estivesse orientado para a forma e o espaço, mas simplesmente expressar a riqueza que existe nas diferentes cambiantes dos interstícios entre rua e casa.
Na minha opinião, Cidades e Casas não são muito diferentes umas das outras na sua essência, somente se resumem a distintos modos de abordar os diferentes significados de um mesmo conceito, ou diferentes expressões de uma mesma realidade: a flutuação do espaço onde os seres humanos habitam.
Esta Casa apresenta-se como um manifesto, demonstrando como se pode projectar uma habitação usando o mesmo método para desenhar um quarto, uma rua, uma cidade, uma região."
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