Algures no meio de um Alentejo profundo, entre a Vidigueira e Cuba, nasceu numa propriedade com cerca de 100 hectares uma Adega Design a que foi dado o nome de Herdade do Rocim. Projectada por Carlos Vitorino, este projecto dá corpo a um método de trabalho que tem como principio uma lenga-lenga: “Qual é coisa qual é ela, que num mundo moderno cheio de adegas e cheio de vinho, e sendo construído no Alentejo, consegue impor-se neste mundo global em que o vinho dificilmente se consegue localizar no mundo?”.
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Edifício – paisagem
“Se este edifício tem algo que o caracteriza, e talvez distinga dos restantes é este lado de paisagem, a noção de onde começa e de onde acaba, a noção de onde afinal isto é jardim e de onde nasce esta estrutura que é edifício”, explica Carlos Vitorino, sublinhando a ideia de uma fábrica oculta que se integra na envolvente…Para esta camuflagem nada como utilizar uma tecnologia milenar, a taipa. Garantia de harmonia com a envolvente e elemento legitimador, a taipa alia-se ao gabião neste projecto como uma forma rendilhada de trabalhar as superfícies, e ainda à maneira como textura que transmite a delicadeza. Os três juntos formam uma caixa forte de uma espécie de espaço sagrado. Para o autor do projecto, a Adega está repleta por si só de todos os simbolismos a que está ligado o culto do vinho, tem ainda uma espécie de dualidade. “Um lado fabril, industrial, duro, técnico e masculino, e um lado doce, harmoniosos, contínuo, que se insere na paisagem” e que remete para o universo feminino. Esta dualidade carregada de simbolismos é para Carlos Vitorino “o lado interessante do edifício”.
“Se este edifício tem algo que o caracteriza, e talvez distinga dos restantes é este lado de paisagem, a noção de onde começa e de onde acaba, a noção de onde afinal isto é jardim e de onde nasce esta estrutura que é edifício”, explica Carlos Vitorino, sublinhando a ideia de uma fábrica oculta que se integra na envolvente…Para esta camuflagem nada como utilizar uma tecnologia milenar, a taipa. Garantia de harmonia com a envolvente e elemento legitimador, a taipa alia-se ao gabião neste projecto como uma forma rendilhada de trabalhar as superfícies, e ainda à maneira como textura que transmite a delicadeza. Os três juntos formam uma caixa forte de uma espécie de espaço sagrado. Para o autor do projecto, a Adega está repleta por si só de todos os simbolismos a que está ligado o culto do vinho, tem ainda uma espécie de dualidade. “Um lado fabril, industrial, duro, técnico e masculino, e um lado doce, harmoniosos, contínuo, que se insere na paisagem” e que remete para o universo feminino. Esta dualidade carregada de simbolismos é para Carlos Vitorino “o lado interessante do edifício”.
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Cofre-Forte
“Todas as adegas no mundo inteiro têm espaços sagrados”, e esta não é excepção. Guardada por um gabião rendilhado de pedra, com um aspecto agressivo, a sala de envelhecimento das barricas é o espaço da eleição da Herdade do Rocim. “Á semelhança de um salão de um palácio barroco” a sala das barricas é o espaço principal por excelência. Interiormente o edifício é um sustentáculo técnico para uma indústria muito exigente, mas que não descura os percursos de que vai visitar uma catedral do vinho. Nesse sentido, os interiores foram pensados para que o visitante possa acompanhar as actividades fabris, sentindo que fazem parte dela sem na realidade o fazerem. Este efeito é conseguido devido ao recurso a uma barreira intencional, translúcida e colorida (vermelha e amarela), que visualmente parece frágil, com objectivo de fazer passar para o visitante a sensação de que está a participar o processo fabril.
A Herdade do Rocim apresenta através da Adega um conjunto de valências distintas e diferenciadoras.
Há na Adega vários espaços, alguns polivalentes, que permitem a realização de diversos tipos de eventos, culturais, sociais e de lazer, tais como: auditório, salas de formação, salas polivalentes, bar, esplanada, amplos terraços com vista para as vinhas, jardins, vinha pedagógica, visita às vinhas e à adega e loja.
Para Carlos Vitorino, as Adegas têm um papel e neste caso específico é o de passar múltiplas dimensões e leituras. Uma tarefa que o arquitecto considera de extrema importância para deixar de legado a gerações futuras.
“Todas as adegas no mundo inteiro têm espaços sagrados”, e esta não é excepção. Guardada por um gabião rendilhado de pedra, com um aspecto agressivo, a sala de envelhecimento das barricas é o espaço da eleição da Herdade do Rocim. “Á semelhança de um salão de um palácio barroco” a sala das barricas é o espaço principal por excelência. Interiormente o edifício é um sustentáculo técnico para uma indústria muito exigente, mas que não descura os percursos de que vai visitar uma catedral do vinho. Nesse sentido, os interiores foram pensados para que o visitante possa acompanhar as actividades fabris, sentindo que fazem parte dela sem na realidade o fazerem. Este efeito é conseguido devido ao recurso a uma barreira intencional, translúcida e colorida (vermelha e amarela), que visualmente parece frágil, com objectivo de fazer passar para o visitante a sensação de que está a participar o processo fabril.
A Herdade do Rocim apresenta através da Adega um conjunto de valências distintas e diferenciadoras.
Há na Adega vários espaços, alguns polivalentes, que permitem a realização de diversos tipos de eventos, culturais, sociais e de lazer, tais como: auditório, salas de formação, salas polivalentes, bar, esplanada, amplos terraços com vista para as vinhas, jardins, vinha pedagógica, visita às vinhas e à adega e loja.
Para Carlos Vitorino, as Adegas têm um papel e neste caso específico é o de passar múltiplas dimensões e leituras. Uma tarefa que o arquitecto considera de extrema importância para deixar de legado a gerações futuras.
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NOTA: texto retirado da revista Traço.
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